Sposito, T.C. & Santos, F.A.M. 1995. Análise da arquitetura da copa de três espécies de Cecropia (Cecropiaceae) do sudeste do Brasil. Resumos do III Congresso LatinoAmericano de Ecologia, Mérida, Venezuela, p. 15-11. Resumo: A arquitetura das árvores pode ser influenciada pelas condições de crescimento das plantas. A altura em que se inicia a ramificação e o padrão de ramificação da copa são indicativos destas condições e são utilizados para a caracterização de mosaicos florestais. Cecopia glazioui Sneth., C. hololeuca Miq. e C. pachystachya Tréc. são árvores pioneiras da região sudeste do Brasil. As duas primeiras são comumente encontradas em ambientes de florestas enquanto C. pachystachya ocorre em ambientes onde a vegetação é mais aberta como o cerrado, em restingas e em áreas degradadas. Com o objetivo de descrever e comparar os modelos de ramificação destas espécies foram visitados seis locais em que estas plantas ocorrem. Para cada árvore foram tomadas medidas da altura total e altura da 1ª ramificação. Um esquema do modelo de ramificação foi feito para a ordenação e contagem dos ramos, sendo que esta ordenação partiu dos ramos terminais em direção ao tronco principal. As alturas máximas de C. glazioui e C. hololeuca foram respectivamente 23 e 20 metros, enquanto C. pachystachya apresentou a altura máxima de 12 metros. A altura média da 1ª ramificação foi de 10,9 +/-2,6 m, 9,2 +/- 2,21 m e 5,3 +/- 1,51 m respectivamente para C. glazioui, C. hololeuca e C. pachystachya. Nas três espécies, a maior parte das plantas apresentou entre 5 e 15 ramos de ordem 1. C. hololeuca e C. pachystachya apresentaram um ou dois indivíduos com mais de 30 ramos. Estas espécies também apresentaram mais indivíduos com ramos de ordem 2 e 3 do que C. glazioui. Apesar das três espécies apresentarem o mesmo modelo arquitetural, ocorreram variações na copa das árvores. C. glazioui tende a formar mais ramos laterais saindo do tronco principal, enquanto em C. hololeuca e C. pachystachya há uma tendência maior à formação de bifurcações também nos ramos laterais. No caso de C. glazioui e C. hololeuca, estas variações podem influenciar a permanência destas espécies no dossel à medida que ocorre o fechamento das clareiras. |