Pedroni, F., Sanchez, M. & Santos, F.A.M. 1999. Padrões espaciais de espécies arbóreas na mata Atlântica. Resumos do 50º Congresso Nacional de Botânica (SBB), p. 247-248.

Resumo: O conhecimento dos padrões de distribuição das espécies pode contribuir para a compreensão dos fatores ambientais que determinam a estrutura e dinâmica da comunidade. As florestas tropicais são compostas por muitas espécies, das quais poucas são abundantes. No Parque Estadual da Serra do Mar, Núcleo Picinguaba, Ubatuba-SP, de um total de 300 espécies, menos de 20 contribuem com mais de 50% do número de árvores da comunidade. A área estudada cobriu uma floresta situada na planície litorânea à cerca de 200m da linha de maré mais alta. Para análise da distribuição espacial foram consideradas apenas espécies que apresentaram 15 ou mais indivíduos numa parcela quadrada de um hectare. A área de amostragem foi subdividida em 100 parcelas de 10 X 10m. Todas as árvores com PAP >= 15cm foram marcadas, mapeadas e identificadas. Para cada parcela foi feita a caracterização ambiental através da coleta de amostras compostas da camada superficial do solo, registro da presença e tamanho de clareiras e ocorrência de afloramentos do lençol freático. A maioria das espécies apresentou distribuição espacial agrupada (coeficiente de dispersão – variância/média > 1) dependendo da escala considerada. Análises de aglomerado utilizando matriz de presença-ausência de espécies, índice de Jaccard e método de agrupamento UPGMA, indicaram a presença de dois agrupamentos distintos de parcelas. A análise de componente principal para os dados ambientais, indicou que a ocorrência de afloramentos de lençol freático e clareiras são os principais fatores determinando a heterogeneidade ambiental. A forma, tamanho e localização dos agrupamentos parecem ser condicionados pela preferência de microhabitats que as diferentes espécies apresentam em relação à umidade e luminosidade.