Paula, A. de, Silva, A.F. da, Souza, A.L. de & Santos, F.A.M. 2000. Alterações fitossociológicas da vegetação arbórea de uma floresta estacional semidecidual em Viçosa – MG. Resumos do 51º Congresso Nacional de Botânica (SBB), p. 218.

Resumo: Durante muito tempo a expansão da área de ocupação antrópica e o avanço da fronteira agropecuária tiveram como justificativa o crescimento econômico, visando o aumento da produção e “melhoria” da qualidade de vida. Esses processos reduziram drasticamente a cobertura florestal nativa, gerando um novo padrão de distribuição da vegetação, em fragmentos isolados. A disjunção dos fragmentos pode provocar o aumento do efeito de borda, a interrupção do fluxo gênico, a redução das populações animais, tanto polinizadores quanto dispersores, entre outros efeitos, os quais afetam decisivamente os processos sucessionais. Dentro desse novo panorama surgiu a necesidade de se compreender qual a repercussão das atividades antrópicas, junto à dinâmica dos processos sucessionais. Este trabalho teve como objetivos identificar e analisar as alterações fitossociológicas ocorridas em um trecho de Floresta Estacional Semidecidual Montana, entre levantamentos realizados nos anos de 1984 e 1998. Foi utilizado o método de parcelas contíguas, cobrindo uma área de um hectare quadrado. Foram amostrados os indivíduos que apresentavam no mínimo 15cm de CAP. Em 1998 foram encontrados 1826 indivíduos vivos, correspondentes a um incremento de 128 indivíduos. Um espécime de Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan alcançou a maior CAP com 344cm, também foi dele a maior altura com 33,5m. Comparando os dois levantamentos, as espécies que apresentaram o maior crescimento em área basal foram Sorocea bonplandii (Baill.) Burger, Lanjow e Boer, com 1,433m²/ha/14anos e A. macrocarpa, com 0,891m²/ha/14anos.