Bernacci, L.C., Martins, F.R. & Santos, F.A.M. 2001. Estrutura de estádios ontogenéticos em uma população da palmeira Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman num fragmento florestal. Resumos do 52º Congresso Nacional de Botânica (SBB), p. 141.

Resumo: O jerivá, Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman, tem grande importância econômica, principalmente pelo palmito de boa qualidade e para arborização. Com o objetivo de conhecer características básicas de seu ciclo de vida, estudou-se uma população natural na floresta paludícola da Reserva Municipal de Santa Genebra (22°48’34”-50’13”S e 47°06’15”-07’33”W), Campinas, estado de São Paulo, onde é uma palmeira emergente com grande valor sociológico. A observação inicial foi feita em 1993 em 100 parcelas (5 x 5m) e sub-parcelas (2 x 2m) aleatórias e a observação final foi feita em 1994, após 400 +/- 3 dias. Foram reconhecidos seis estádios ontogenéticos, através de características macromorfológicas: plântula (folha inteira estreita), juvenil fase 1 (folha inteira, largura > 2cm), juvenil fase 2 (folha segmentada), imaturo (folha segmentada e estipe aéreo), virgem (folha segmentada, estipe aéreo e raízes caulígenas) e reprodutivo (folha segmentada, estipe aéreo, raízes caulígenas e, periodicamente, estruturas reprodutivas). Cada estádio diferiu do outro em relação à altura e ao diâmetro do colo, sendo maiores no sentido de plântulas a reprodutivos, mas ocorreu sobreposição de tamanho entre os estádios. A produção individual de folhas foi significativamente menor apenas em juvenil 2. Em plântula e juvenil 1 as folhas eram menores e menos elaboradas (inteiras) representando um custo energético menor e potencialmente vantajoso para indivíduos pequenos que se desenvolvem no interior da floresta, geralmente sombreados pelos indivíduos maiores. O aparecimento de folhas pinatissectas (em juvenil 2) e o desenvolvimento do estipe (em imaturo) devem ocorrer apenas quando a planta atinge condições adequadas de iluminação, assim em cada estádio, as estruturas e propriedades que as plantas ganham ou perdem devem representar diferentes vantagens adaptativas sob diferentes circunstâncias pelas quais a planta passa ao longo de seu desenvolvimento ontogenético.