Santos, K., Kinoshita, L.S. & Santos, F.A.M. 2001. Caracterização florística e estrutural de dez fragmentos de mata estacional semidecidual no município de Campinas, SP. Resumos do 52º Congresso Nacional de Botânica (SBB), p. 225-226.

Resumo: O presente trabalho objetivou conhecer e comparar a composição florística, estrutura fitossociológica e estado de conservação de dez fragmentos de mataestacional semidecidual no município de Campinas, SP, sob o enfoque da fragmentação de ecossistemas. Os fragmentos estudados distribuem-se, uniformemente, em três classes de tamanho: 10-15ha (pequenos), 16-25ha (médios) e 26-45ha (grandes). A mata Ribeirão Cachoeira, o segundo maior fragmento do município com 236,2ha, foi utilizado como controle. A amostragem foi feita através do método de pontos quadrantes. Nos fragmentos, foram feitas transecções pela mata, ao longo das quais foram amostrados 125 pontos quadrantes. Em cada ponto, foram analisados aspectos qualitativos do estado de conservação como: estado do dossel (avaliado através da categorização das árvores amostradas em: árvores do presente, árvores do passado e árvores do futuro); grau de infestação por lianas (avaliado através da porcentagem de infestação da copa da árvore amostrada) e histórico de preservação dos fragmentos. No fragmento controle, foram feitas três amostragens, como descrito acima, em três áreas diferentes. Foram encontradas 279 espécies distribuídas em 57 famílias e 151 gêneros. A riqueza de espécies não variou entre os fragmentos, nem em relação ao controle, exceto para um fragmento pequeno que apresentou a metade da riqueza observada nos demais. O estado do dossel também não variou entre as amostragens. Nos fragmentos maiores e no fragmento controle o grau de infestação por lianas foi menor em relação aos fragmentos médios e pequenos, entretanto, um dos fragmentos pequenos, cuja riqueza era semelhante à dos demais, apresentou grau de infestação por lianas menor do que todas as demais amostragens. Os resultados obtidos até agora indicam que, tanto a riqueza de espécies quanto o estado de conservação dos fragmentos podem estar mais relacionados à fatores do seu histórico de preservação do que aos seus tamanhos atuais.