Tamashiro, J.Y.; Martins, F.R.; Santos, F.A.M.; Aguirre, G.H.; Cortez, P.A.; Crevelaro, M.A.; Demarco, D.; Dias, C.R. ; Fernandes, R.; Jungbluth, P.; Martins, V.F.; Sfair, J.C. 2003. Levantamento florístico e chaves analítico-dicotômica e interativa baseadas em caracteres vegetativos para identificação de espécies arbustivas e arbóreas de fragmentos de cerrado no minicípio de Itirapina, SP. Resumos do 54° Congresso Nacional de Botânica (SBB), 0456-2.

O cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, compreendendo cerca de 25% do território nacional. Levantamentos florísticos realizados neste bioma indicaram a existência de 1753 espécies distribuídas em 386 gêneros e 89 famílias (sensu Cronquist). Este trabalho teve como objetivos a construção de chaves de identificação e de uma lista contendo os nomes científico, popular e da família das espécies que foram amostradas durante levantamentos realizados na Estação Experimental e Ecológica de Itirapina (SP). Os levantamentos foram realizados nos fragmentos Graúna (22° 12’02’’S e 47° 47’56’’W, 808m), Estrela (22° 12’02’’S e 47° 48’31’’W, 817m), Fepasa (22° 15’40’’S e 47° 48’26’’W, 776m), Pedregulho (22° 14’32’’S e 47° 49’48’’W, 780m) e Valério (Valério I: 22° 13’02’’S e 47° 51’12’’W, 769m, e Valério II: 22° 12’56’’S e 47° 51’39’’W, 776m). O método utilizado foi o de Pontos-Quadrantes e foram amostrados indivíduos lenhosos com DAS (diâmetro acima do solo) maior ou igual a três centímetros. A amostra compreendeu 1440 indivíduos, distribuídos em 117 espécies, 73 gêneros e 40 famílias. Para cada indivíduo foi preenchida uma ficha, previamente elaborada, contendo caracteres morfológicos vegetativos, a partir da qual foi construída uma chave analítico-dicotômica para todas as espécies. Uma chave interativa foi feita para as espécies das famílias Myrtaceae e Melastomataceae; famílias de maior abundância. As descrições das espécies dessas duas famílias foram obtidas através do programa Delta e informações adicionais obtidas por pesquisa bibliográfica. A ficha descritiva mostrou que alguns caracteres são particularmente úteis, e foram essenciais para a diferenciação de certas espécies. Caracteres como cheiro e cor, por serem subjetivos, não se mostraram bons descritores. As chaves elaboradas, embora úteis por não dependerem dos períodos de floração e frutificação, mostraram-se restritas pelo fato do método utilizado não incluir todas as espécies presentes nos fragmentos estudados. A principal dificuldade decorreu das grandes variações morfológicas intraespecíficas encontradas, sendo necessária a inclusão de múltiplas entradas para algumas espécies.