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Costão Rochoso e Fauna Associada a Algas

Apesar de apresentarem alta biodiversidade, os costões rochosos têm sido pouco estudados no Brasil, havendo apenas alguns trabalhos abrangentes sobre a distribuição, ocorrência e composição da fauna e flora. A característica dessa região é a zonação vertical cuja fisionomia é determinada sobretudo pelas espécies sésseis. A disponibilidade de espaço em costões rochosos é limitada e diversos substratos biológicos, tais como algas, bancos de mexilhões, colônias de corais e tubos de poliquetas, proporcionam recursos adicionais para ocupação e colonização. Estes substratos contribuem para manter a biodiversidade por fornecer superfície extra para fixação, abrigo contra predadores, recrutamento e berçário para jovens e, durante as marés baixas, refúgio e proteção contra a dessecação.

Em cada uma das áreas serão estabelecidos 3 setores, cada qual composto de uma faixa de 50 metros onde serão definidos, aleatoriamente, 3 transectos para amostragem quantitativa. Em cada transecto, parcelas de 400 cm2 serão estabelecidas contiguamente, a partir da linha d'água até o supralitoral, para avaliação da cobertura (%) dos organismos sésseis e contagem dos vágeis. Em seguida, a área do transecto será raspada com o auxílio de uma espátula, para análise da fauna associada a cada faixa de dominância e posteriormente identificada.

Análises complementares de perfil e inclinação dos costões serão desenvolvidas para o estabelecimento dos padrões de zonação.Paralelamente, em cada faixa de dominância, serão efetuadas amostragens qualitativas complementares, com coletas de 1 a 5 exemplares das espécies não contempladas na amostragem quantitativa. Costões adjacentes também serão amostrados qualitativamente visando a obtenção de um maior número de espécies, categorizando-as quanto à abundância relativa e micro-habitat ocupado.

Considerando-se ainda o posicionamento de cada transecto, no infralitoral correspondente, serão tomadas amostras de algas bentônicas para análise quali e quantitativa da respectiva fauna associada. As algas, provenientes dos quadrados dos transectos ou de amostras qualitativas, serão raspadas do substrato, inclusive, com o apressório, tendo-se antes o cuidado de cobrir cada fronde com um saco de tecido de 250 mm de poro de malha, para evitar a fuga da meio e macrofauna vágil. No laboratório, o conteúdo de cada amostra será lavado sucessivamente em quatro recipientes, contendo água do mar e gotas de formol, para possibilitar a retirada de toda a fauna vágil. A água de cada recipiente será filtrada em rede de mesmo poro, para a retenção dos resíduos, que serão preservados em álcool a 70%, para posterior triagem, identificação e contagem. Após este procedimento, as algas serão pesadas (peso úmido) e medidas quanto ao seu maior comprimento. Amostras das algas serão mantidas em formalina a 4% para possibilitar sua posterior identificação.