Projeto Temático 98/05085-2
Diversidade de espécies e de interações
em plantas e insetos fitógagos

ORGANISMOS

A família das Asteraceae (ou Compositae) tem cerca de 22.000 espécies descritas, ocorrendo em todo o planeta. É a maior família de plantas superiores. No Brasil, é também a família mais numerosa, contando cerca de 1.900 espécies registradas. Presume-se que o número real de espécies possa atingir 2.500.

Existem espécies de todos os hábitos, desde plantas herbáceas de poucos centímetros de altura, com ou sem roseta, até trepadeiras ou árvores com mais de 20 metros. A maioria das espécies, no entanto, é de hábito herbáceo ou arbustivo. Muitas espécies tem valor ornamental e são cultivadas extensamente.

As tribos de Asteraceae mais importantes no Brasil são Vernonieae, Eupatorieae, Heliantheae, Astereae, Mutisieae e Senecioneae; há outras, menores, como Plucheae e Gnaphalieae. Tribos tipicamente temperadas, como Cardueae, Lactuceae e Anthemideae, são representadas no Brasil por poucas espécies, na maioria de origem exótica.

lychnophora

Lychnophora passerina, espécie comum em campos de altitude

Diptera é uma das duas ordens mais comuns em associação com Asteraceae. As espécies que se desenvolvem nos capítulos pertencem principalmente a três famílias: Tephritidae, Agromyzidae e Cecidomyiidae. Diversas outras famílias estão representadas ocasionalmente na endofauna dos capítulos.

Neste projeto, até o presente Tephritidae e Agromyzidae têm sido bem investigadas, sendo possível separá-las com segurança em espécies e identificá-las. De 20 a 30% das espécies encontradas até o presente parecem não ter sido ainda descritas.

A família Cecidomyiidae oferece dificuldades maiores. Entretanto, deverá ser foco de um esforço maior na próxima etapa deste projeto.

xanthaciura

Xanthaciura chrysura é uma espécie de Tephritidae comumente encontrada em muitas espécies hospedeiras diferentes, especialmente na tribo Eupatorieae.

A segunda ordem em importância na endofauna de capítulos é Lepidoptera. Há muitas espécies de microlepidópteros associadas às Asteraceae, embora ocorram em menor número e freqüência que os Dípteros. as principais famílias, pela ordem de número de espécies, são Tortricidae, Pterophoridae e Gelechiidae.

Tortricidae (especialmente a tribo Cochylini, a mais importante) e Pterophoridae estão bastante avançadas quanto à identificação de espécies.

Outra família, Pyralidae, embora representada por poucas espécies da subfamília Phycitinae, é muito importante pela sua ocorrência frequente em grande número de espécies de Asteraceae.

tortricideo

Saphenista naufraga, uma das espécies mais comuns de Tortricidae em diversos grupos de Asteraceae