PRÁTICA 1: FORMAS DE VIDA
Exemplo de como deve ser organizado
o arquivo de dados de formas de vida:

Cada célula deve conter
o número de indivíduos amostrados em cada parcela. Deve haver um
arquivo para cada área que será visitada. O nome do arquivo deve
conter referência ao nome da área e ao número das parcelas (Exemplo:
para Moji Mirim, parcelas X1Y1, X2Y1, e X2Y5 o nome do arquivo deverá
ser MM-11-21-25.xls).
Referências:
- Batalha, M.A.
& Martins, F.R. 2002. Life-form spectra of Brazilian cerrado
sites. Flora 197: 452-460.
- Batalha, M.A. & Martins, F.R. 2004. Floristic, frequency,
and vegetation life-form spectra of a cerrado site. Revista
Brasileira de Biologia 64 (4): Aceito.
- Martins, F.R. & Batalha, M.A. 2003. Formas de vida, espectro
biológico de Raunkiaer e fisionomia da vegetação.
Apostila e chave.
PRÁTICA 2: COMUNIDADES
Exemplo de como devem ser organizados
os arquivos de dados de comunidades:
Parcelas:

Todos
os indivíduos devem ter medida de diâmetro. Aqueles indivíduos que
tiveram o perímetro medido, essa medida deve constar da tabela e
o diâmetro calculado [fórmula é: =PAP/pi()]. Aqueles indivíduos
que tiveram o diâmetro medido diretamente, não terão o valor de
perímetro na tabela.
Quadrantes:

Todos
os indivíduos deverão estar identificados quanto ao número do ponto
e o quadrante em que foram amostrados. As recomendações quanto a
medidas de perímetro e diâmetro são as mesmas que as descritas para
parcelas. Distância é a distância medida do ponto ao indivíduo.
Distância corrigida é a distância do ponto ao indivíduo, acrescida
do raio do indivíduo [fórmula: =Distância+(Diâmetro/2/100)]. A divisão
por 100 é para transformar a medida do raio em cm para metros, a
unidade de medida de distância.
PRÁTICA 3: POPULAÇÕES
Exemplo de como deve ser organizado
o arquivo de dados de populações (Todos os indivíduos devem ter
pelo menos o DAS e a H registrados):

PAS = Perímetro à
altura do solo (para algumas plantas, foi medido o perímetro à altura
do solo. Nesse caso, os valores devem ser incluídos na planilha)
DAS = Diâmetro à altura do solo (algumas plantas tiveram o diâmetro
diretamente medido. Nesse caso, entre com o valor medido. Outras
plantas tiveram o perímetro medido. Nesse caso, use a fórmula que
consta no exemplo acima, para calcular o diâmetro).
PAP = Perímetro à altura do peito (algumas plantas tiveram o perímetro
à altura do peito medido. Nesse caso, os valores devem ser incluídos
na planilha. Quando houver mais do que um caule medido, incluir
todas as medidas)
DAP = Diâmetro à altura do peito (o mesmo que para DAS, quando a
medida foi feita ou quando for necessário fazer a transformação.
No caso de caules múltiplos, se houver, devem usar o mesmo procedimento
que foi adotado para comunidades).
H = altura (para alguns indivíduos foi registrada a altura do início
da copa. Nesse caso, inclua o valor na planilha. Para todos os indivíduos
foi registrada a altura. Inclua esses valores na planilha)
RELAÇÕES ALOMÉTRICAS EM PLANTAS (1)
Em termos gerais, alometria pode ser definida como a relação entre
variáveis de tamanho de um organismo. Segundo Niklas (1994), alometria
pode ser considerada como o estudo do crescimento de uma parte do
organismo em relação ao todo, como o estudo das conseqüências do
tamanho na forma do organismo, ou ainda, como a propriedade que
têm certos objetos de conservarem sua geometria e forma enquanto
eles variam de tamanho. O estudo das relações alométricas é utilizado
para descrever relações quantitativas entre mudanças no tamanho
de diversos organismos e uma variedade de características morfológicas,
fisiológicas, de história de vida ou de comportamento (Harvey &
Pagel 1991).
A relação mais utilizada em alometria de plantas é aquela entre
o diâmetro do tronco e a altura total da árvore. Com base nesta
relação foram propostos vários modelos que procuram explicar como
se combinam as forças em um caule, de modo que este se mantenha
de pé e sustente uma copa (Sposito 1994). Estes modelos vêm sendo
utilizados para se comparar grandes grupos taxonômicos (Niklas 1993),
plantas com diferentes alturas (King 1990), plantas pioneiras com
plantas de estádios sucessionais mais avançados (Rich et al. 1986)
e diferentes espécies de árvores em uma área (King 1995).
O objetivo desta parte da prática é descrever as relações alométricas
entre altura e diâmetro e entre altura total e altura do início
da copa de indivíduos de algumas espécies, tentando fazer uma comparação
entre as espécies e relacionando os resultados obtidos com as características
ecológicas destas espécies.
Referências
-
McMahon, T. A. 1973. Size and shape in biology. Science 179:1201-1204.
- Niklas, K. J. 1993. The scaling of plant height: a comparision
among major plant clades and anatomical grades.
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- Portela, R.C.Q. & Santos, F.A.M. 2003. Alometria de plântulas
e jovens de espécies arbóreas: copa x altura. Biota
Neotropica 3 (2).
- Slice, D.E., Bookstein, F.L., Marcus, L.F. Rohlf, F.J. A glossary for geometric
morphometrics.
- Sposito, T.C. & Santos, F.A.M. 2001. Scaling of stem and crown
in eight Cecropia (Cecropiaceae) species of Brazil.
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- Sposito, T.C. & Santos, F.A.M. 2001. Architectural patterns
of eight Cecropia (Cecropiaceae) species of Brazil. Flora
196 (3): 215-226.
ESTRUTURA DE TAMANHOS (2)
Os diferentes indivíduos em uma população variam entre si em várias
características. A forma como essa variação está distribuída na
população confere-lhe uma certa estrutura. As várias estruturas
que podem ser identificadas em uma população refletem a ação de
fatores bióticos e abióticos, aos quais seus membros e seus ancestrais
estiveram expostos.
Todos os aspectos da estrutura de uma população estão interrelacionados,
de modo que, geralmente, uma alteração em um aspecto gera alterações
em outros.
O impacto mais óbvio dos fatores aos quais os indivíduos de uma
população estiveram expostos dá-se sobre a estrutura genética.
Os fatores abióticos, bem como as interações entre os indivíduos,
tanto da mesma espécie como de outras espécies, e das plantas com
animais, podem moldar estruturas de tamanho das populações, como
um resultado das oportunidades de desenvolvimento de cada membro
da população ao longo do seu ciclo de vida.
A estrutura etária de uma população reflete as oportunidades passadas
de recrutamento e os riscos de mortalidade aos quais cada indivíduo
recrutado tenha sido exposto.
O objetivo desta parte da prática é tentar descrever e comparar
a estrutura de populações de algumas espécies, tentando discutir
possíveis causas e conseqüências dessa estrutura e fazer inferências
sobre a dinâmica dessas populações na área.
Referências
- Hutchings, M.J. 1986. The structure of plant populations. In:
Plant ecology (M.J. Crawley, ed.). Blackwell, Oxford. p. 97-136.
- Oliveira, P.E.A.M. de, Ribeiro, J.F. & Gonzales, M.I. 1989.
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coriacea Mart. de cerrados de Brasília. Revista Brasileira de
Botânica 12:39-47.
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Copaifera pubiflora Benth. (Leguminosae: Caesalpinioideae)
en los Altos Llanos Centrales de Venezuela. Biotropica 22:124-132.
- Solbrig, O.T. & Solbrig, D.J. 1984. Size inequalities and
fitness in plant populations. In: Oxford Surveys in Evolutionary
Biology. vol. 1. (R. Dawkins & M. Ridley, eds.) p. 141-159.
- Weiner, J. & Solbrig, O.T. 1984. The meaning and measurement
of size hierarchies in plant populations. Oecologia 61:334-336.
ESTRUTURA ESPACIAL (3)
O padrão espacial dos indivíduos em uma população é dependente da
escala em que o estudo está sendo desenvolvido. Como padrões gerais,
podemos citar o agregado, o aleatório e o regular. O padrão mais
comum encontrado para organismos na natureza é o agregado, sendo
o mais raro o regular. Em uma população de plantas, a estrutura
espacial é resultante do arranjo espacial das plantas parentais,
dos padrões de dispersão de sementes, das chances de sobrevivência
dos indivíduos e das interações que ocorreram entre os indivíduos
no passado.
O objetivo dessa parte da prática é tentar descrever e comparar
o padrão espacial de populações de algumas espécies, tentando discutir
possíveis causas e conseqüências desses padrões.
Referências
- Alencar, J.C. 1984. Estudos silviculturais de uma população natural
de Copaifera multijuga Hayne - Leguminosae, na Amazônia Central.
3. Distribuição espacial da regeneração natural pré-existente. Acta
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- Augspurger, C.K. 1983. Offspring recruitment around tropical trees:
changes in cohort distance with time. Oikos 40:186-196.
- Clark, D.A. & Clark, D.B. 1984. Spacing dynamics of tropical
rain forest tree: evaluation of the Janzen-Connell model. American
Naturalist 124:769-788.
DINÂMICA
POPULACIONAL (4)
Os estudos de dinâmica de populações visam descrever
as variações numéricas no tamanho das populações
e entender as causas e conseqüências dessas variações.
Tais estudos são considerados essenciais para o entendimento
dos processos que regulam a dinâmica e a estrutura de comunidades
naturais, bem como para o manejo e conservação de
espécies. A despeito disso, poucos são os dados existentes
na literatura sobre a demografia de espécies arbóreas.
O objetivo dessa parte da prática
é tentar descrever a dinâmica de populações
de algumas espécies arbóreas, tentando discutir possíveis
causas e conseqüências da dinâmica observada.
Referências
- Fonseca, M.G. 2001. Aspectos demográficos de Aspidosperma
polyneuron Muell. Arg. (Apocynaceae) em dois fragmentos de
floresta semidecídua no município de Campinas, SP.
Tese de Mestrado, UNICAMP, Campinas.
- Martini, A.M.Z. 1996. Estrutura e dinâmica populacional de três
espécies arbóreas tropicais. Tese de Mestrado, UNICAMP, Campinas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Tese de Doutorado, UNICAMP, Campinas.